sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Começando o começo

Não sei se alguém vai querer ou ter saco pra ler este blog, muito menos acompanhar, mas como todo começo deve começar com uma introdução, apresento então a introdução oficial do Umidade quase zero.

Quem vive em Brasília, ou já passou alguma temporada por aqui sabe bem o que significa o título “Umidade quase zero”, para todos os outros vale a explicação de que na época da seca, que dura mais ou menos de junho a outubro a nossa cidade gentilmente nos oferece uns níveis bem sacanas de umidade e estamos carecas de saber (pelo menos eu tô ficando) que quando o programa de TV fala em umidade relativa do ar em torno de 10%, na realidade deve ter dado uns 6% ou menos. E ai lá vai pro brejo a sua pele, cabelo, pulmão, olhos e companhia limitada (pelo menos o brejo é úmido, né?).

Há dez anos que eu vivo em Brasília e aqui fiz a minha vida. Não penso em me mudar e defendo a cidade como defendo a minha Campina Grande!

 

Acho que, desde que virei candango, o verde de Brasília sempre foi a sua característica que mais me encantou.

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Então de repente vem essa seca (todo ano é a mesma coisa) e judia da cidade, das árvores, dos gramados, das nossas peles e dos nossos pulmões e deixa cinza tudo o que era verde.

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Eu detestava a seca, mas com o passar dos anos comecei a perceber que a seca trazia com ela umas coisas únicas como as manhãs de junho com o céu de um azul tão profundo que chega a emocionar e um frio que só faz aquele céu parecer um presente; o retorcido dos galhos das arvores carecas que normalmente não é visto quando elas estão “cabeludas”; as noites quentes de setembro com o inevitável pensamento de “Puuuuuta que o pariu, que calor desgraçaaaaaado, quero ir pro pontão passear na beira do lago”; o barulho histérico das cigarras que faz qualquer cristão querer dar um tiro no ouvido e sair gritando “Calem-se, calem-se, calem-se vocês me deixam looooouco” (não necessariamente nesta ordem); a explosão dos ipês, primeiro os rosas, depois os amarelos e por ultimo os brancos (tem um monte destes brancos naquela pista que passa embaixo da Esplanada e liga as L2 Sul e Norte) e a imensa alegria de quando a chuva volta.

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Esse tipo de descoberta geralmente acontece quando a gente viaja e é pra continuar descobrindo que continuo, compulsivamente, viajando.

Vou tentar atualizar o blog com essas minhas viagens. As daqui e as pra lá.

Abraços a todos